
Em 2024, o termo “agamia” ganhou destaque como um dos mais procurados no Google, revelando o crescente interesse por formas alternativas de relacionamento. O conceito descreve pessoas que optam por não se casar ou estabelecer vínculos formais, preferindo uma vida sem as convenções tradicionais associadas aos relacionamentos afetivos.
De acordo com a psicóloga Juliana Gebrim, a agamia se diferencia do simples estado de solteiro. Enquanto o solteiro pode estar aberto a novas relações, o agâmico escolhe conscientemente um estilo de vida livre de compromissos tradicionais. Essa decisão está ligada, muitas vezes, ao desejo de preservar a autonomia, investir no desenvolvimento pessoal ou focar na carreira.
Juliana ressalta que essa tendência reflete uma mudança cultural impulsionada por transformações sociais e tecnológicas. Com o aumento da valorização do bem-estar individual e a possibilidade de estabelecer conexões alternativas por meio das redes sociais e aplicativos, muitos jovens preferem se afastar das expectativas e obrigações associadas ao casamento.
Apesar do preconceito que ainda cerca o tema, a agamia não exclui o amor ou o envolvimento emocional. Segundo a psicóloga, vínculos afetivos podem existir nesse modelo, mas são vividos de maneira mais livre, sem a necessidade de formalizações. Ela destaca que essa escolha exige um profundo autoconhecimento e, em muitos casos, acompanhamento psicológico para lidar com pressões sociais e manter o equilíbrio emocional.
A agamia vem se consolidando como uma alternativa válida para aqueles que não se identificam com os moldes tradicionais de relacionamento, especialmente entre as novas gerações. Embora a geração Z ainda demonstre forte inclinação pela monogamia, cresce o número de pessoas que se sentem confortáveis para explorar outras formas de conexão afetiva.

