O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro teria atuado em três frentes com o objetivo de favorecer seu pai, Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. Segundo Moraes, as ações do parlamentar visavam gerar instabilidade institucional e social, provocar efeitos econômicos negativos no país e pressionar o STF a tomar decisões favoráveis ao ex-presidente.
Entre as iniciativas atribuídas a Eduardo Bolsonaro estão articulações nos Estados Unidos para que o governo norte-americano, liderado pelo presidente Donald Trump, aplicasse sanções a autoridades brasileiras, incluindo o próprio Moraes. O deputado nega ter tentado interferir diretamente no julgamento de seu pai, mas admite que buscou apoio internacional para pressionar o Judiciário brasileiro.
Nesta sexta-feira (14/11), a Primeira Turma do STF formou maioria para tornar Eduardo réu pelo crime de coação no curso do processo. Os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin acompanharam o voto de Moraes, relator do inquérito. Apenas a ministra Cármen Lúcia ainda não votou, mas a maioria já está consolidada.
Com isso, será aberta uma ação penal contra o deputado, que atualmente está licenciado da Câmara dos Deputados e reside nos Estados Unidos. A acusação aponta que suas ações buscavam interferir no funcionamento das instituições brasileiras e proteger Jair Bolsonaro de condenações judiciais.

