
Pesquisadores dinamarqueses realizaram um estudo comparando os riscos à saúde de estar muito abaixo do peso com os de estar acima do peso. Os resultados mostram que a magreza extrema representa um risco maior de mortalidade do que o excesso de peso, sugerindo que os limites atuais considerados como saudáveis pelo Índice de Massa Corporal (IMC) podem estar subestimados.

Pesquisadores dinamarqueses realizaram um estudo comparando os riscos à saúde de estar muito abaixo do peso com os de estar acima do peso. A pesquisa acompanhou 85 mil indivíduos na Dinamarca ao longo de cinco anos. Os participantes foram divididos por faixas de IMC, incluindo aqueles com menos de 18 e os com mais de 40, sendo que a faixa entre 18 e 25 é tradicionalmente considerada saudável. Durante o período, 7.555 pessoas (8%) faleceram, e os dados mostraram que indivíduos com IMC entre 18 e 20 apresentaram o dobro de risco de morte em comparação àqueles com IMC entre 22 e 25. Já os que tinham IMC entre 20 e 22,5 apresentaram uma probabilidade 27% maior de falecer em relação ao grupo de referência.
Além disso, os participantes com IMC inferior a 18 tinham quase três vezes mais chances de morrer do que os que estavam no limite superior da faixa saudável. Por outro lado, pessoas com IMC acima de 40, classificadas como obesidade grave, também apresentaram mais que o dobro de risco de morte em relação ao grupo de referência.

A líder do estudo, Sigrid Bjerge Gribsholt, afirmou que os dados sugerem a necessidade de reavaliar os valores considerados ideais de IMC. Ela destacou que, embora se acreditasse que a menor mortalidade estivesse associada a IMCs entre 20 e 25, os resultados atuais indicam que esse intervalo pode estar se deslocando para cima.
Os cientistas também observaram que o excesso de peso e até mesmo a obesidade moderada (IMC entre 35 e 40) não apresentaram aumento significativo no risco de morte. Gribsholt aponta duas possíveis explicações: um viés no estudo, já que os dados vieram de registros hospitalares, e o fato de que hoje existem mais pessoas com sobrepeso que são fisicamente ativas e com boa distribuição de gordura corporal, o que pode mitigar os riscos tradicionalmente associados ao IMC elevado.