
Na cidade de Afuá, no coração da ilha de Marajó, no Pará, o barulho de motores deu lugar ao som sereno das águas e ao tilintar de sinos de bicicleta. Desde 2002, carros, motos e qualquer veículo motorizado estão proibidos por lei municipal. A cidade, construída sobre palafitas de madeira elevadas a 1,20 metro do chão por conta das áreas alagadiças, funciona sem semáforos, placas ou regras formais de trânsito. Tudo se baseia na harmonia e bom senso da população.
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A decisão mudou completamente o cotidiano da cidade, que hoje tem cerca de 75% da locomoção feita com veículos não motorizados. O mais curioso é a criatividade dos moradores, que adaptaram bicicletas para as mais variadas funções. Existem bicitáxis, “bicilâncias” (versões de ambulância com maca e oxigênio), triciclos de coleta de lixo e até viaturas policiais sobre duas rodas.
Segundo relatos locais, acidentes de trânsito praticamente não existem. A ex-secretária de Saúde Valéria Lacerda conta que, no máximo, ocorrem pequenos incidentes como quedas ou colisões leves entre bicicletas. “É besteira. O trânsito é intenso, mas ninguém se machuca”, disse. A ausência de veículos a motor também impacta positivamente na saúde dos moradores, que se exercitam naturalmente ao pedalar no dia a dia.
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Além de reduzir a poluição e evitar acidentes, Afuá se transformou em um exemplo inusitado de convivência urbana alternativa. Uma cidade sem buzinas, sem estresse no trânsito e com um estilo de vida mais saudável — tudo isso com base em bicicletas e na colaboração entre os próprios moradores.
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